segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

TOQUE DE CLASSE: o lado prazeroso de nossas vidas



Por Antônio Carlos Pimentel

Nós, seres humanos do século XXI, somos massacrados pelo poder nocivo dos bens materiais. Às vezes tentamos justificar a nossa busca desenfreada em adquiri-los. Nos comportamos como verdadeiras máquinas, tentando a todo custo a busca incessante de um futuro melhor e mais promissor para nossos filhos e netos.
Trabalhamos de sol a sol em busca de uma condição financeira que nos permita uma aposentadoria tranqüila, para curti-los, viajar, trocar de carro, comprar um imóvel a beira da praia ou até mesmo em Caldas Novas.
Nesta busca obsessiva, esquecemos valores e prazeres que até pouco tempo não abríamos mão.
Lembro-me de uma crônica do Alexandre Garcia (particularmente, não gosto do seu estilo arrogante de comportar-se na telinha, mas para esta tirei o chapéu), em que ele comentava sobre o prazer de voar sempre na janela do avião para curtir o céu e as nuvens que se formavam ao seu redor.
Embarcava sempre grudado à janela. Com o tempo, a agenda lotada e a correria de uma cidade para outra, passou a sentar-se na poltrona do corredor para ser um dos primeiros a desembarcar.
E assim foi durante a maior parte de sua correria como repórter: sempre no corredor para desembarcar primeiro. Um belo dia, por ironia do destino, depois de anos sentados no corredor, foi obrigado a embarcar em um vôo cujo único lugar disponível era na janela.
Tentou de todas as formas negociar a troca, mas como não conseguiu o seu intento. Resolveu arriscar ficar grudado na janela do avião. Diz ele, que esta viagem foi uma das mais prazerosas de sua vida! “Nunca tinha reparado o céu tão azul, as nuvens branquinhas toldando o sol e, quando a nave sobrevoou o Atlântico, o mar parecia um lençol azul de cristais sob os seus pés".
No último sábado, 28 de janeiro de 2012, entrei no avião, conversei com todos, matei saudades e depois sentei-me a mesa, perto da janela, para molhar a palavra na espuma de uma cerveja bem gelada e reviver os momentos prazerosos de minha vida. Tomara que este ano a minha agenda não atrapalhe este convívio e que eu possa sentar-me à janela, ignorar o corredor dos meus compromissos e acreditar que devemos aproveitar intensamente cada momento e cada minuto de nossas vidas como se eles fossem os últimos e únicos!
Obrigado por mais esta oportunidade e a certeza que a minha acolhida é uma das razões que me levam a esta reflexão. Com certeza, problemas surgirão, mas tentarei superá-los para não perder esta oportunidade de "sentar-me à janela..."
Quanto ao PANGARÉ/2012, estou entrando com um recurso junto ao Tribunal de Justiça Desportiva, tendo em vista que nosso tricampeão Roberto Pessoa não apareceu para a entrega do prêmio ao grande campeão Bruno.


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