Homenagem de Benedicto Teixeira de Carvalho ao técnico do Dragão Negro, Walter Morgado, em abril de 1972.
Conheço aqui em Brasília
Famoso jogador de botão
Seu nome é Dragão Negro
Conhecido como Dragão
Que no futebol de mesa
É um grande campeão.
É dirigente do clube
Joga em qualquer posição
Durante o jogo não fala
Pra não haver distração
No ataque é uma bala
Na defesa é um leão.
O craque aqui referido
Temível como Dragão
Não encontra adversário
Na sua associação
Já pensa ganhar uma taça
Para sua consagração.
Já venceu quatorze jogos
Se se sentir temerário
Agora que Brasília
Faz mais um aniversário
Vai ganhar uma bela taça
Sem dar chance ao adversário.
Mas o dia que o Dragão
For levado de vencida
Eu queria estar presente
Fazendo parte da torcida
Garanto que a coisa
Vai ser muito divertida.
Então acabará o mito
Da invencibilidade
Voltarão os tempos antigos
Daquela sociedade
E a fera que hoje faz medo
Não será temeridade.
Certamente haverá chopp
Até batidas de limão,
Tira gosto, siri cozido,
No espeto só camarão
Em homenagem a derrota
Do antigo campeão.
Esse jogo se não me engano
Se não me foge a lembrança
No meu tempo era praticado
Pelos filhos da vizinhança
Para mim era passatempo
Brincadeira de criança.
Porém como o tempo muda
E com ele a moda vai
O jogo que antigamente
Era do filho do papai
Hoje o filho não joga
Se não atrapalha o pai.
Os senhores que estão ouvindo
Podem rir mesmo a vontade
Pois eu também estou rindo
Consciente da realidade
Não conheço nenhum Dragão
Que atingisse a eternidade.
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