Ontem, falamos dos técnicos do futebol de mesa brasiliense que preferiram jogar
com seus times do coração. Hoje, vamos falar de uma parte daqueles que optaram
por “batizar” suas equipes com apelidos que lembrassem justamente esses times
de coração.
Nesse embalo da criatividade, vamos contar um pouco da história dos times que
tivemos conhecimento com o passar do tempo.
Como a maioria (nesse caso, quase 40 times) está ligada aos clubes do Rio de
Janeiro, hoje falaremos apenas daqueles que homenagearam o futebol carioca.
Se, com o nome Flamengo, poucos jogaram no futebol de mesa brasiliense, o mesmo
não se pode afirmar em relação aos nomes dos times que foram criados para homenagear
o rubro-negro carioca, um total de 14.
Bola Preta (João Resende)
O saudoso flamenguista João Alvino de Paiva Resende resolveu homenagear o maior
e mais tradicional bloco de rua do carnaval carioca, o Cordão do Bola Preta, que
até hoje leva mais de um milhão de pessoas todos os anos para as ruas do Rio de
Janeiro. O time do Bola Preta era formado por jogadores do Flamengo do início
da década de 80, com especial destaque para Tita, o artilheiro, e um detalhe
bastante curioso: o goleiro era o Arola!!! E quase todo perguntava ao João: não
é Marola? João respondia: não, é Arola! Aí perguntavam de novo: e o que é Arola!!!
A censura não permite responder o que era!!!
TJF e Camisa 12 (Ricardo Motta)
Depois que, em 2007, o Flamengo decidiu aposentar a camisa número 12 em
homenagem à sua torcida, considerada pela diretoria do clube como o
"melhor jogador do time", Ricardo Motta resolveu trocar o nome do seu
time, TJF, que era uma homenagem Torcida Jovem do Flamengo, uma das maiores
torcidas do rubro-negro carioca, para Camisa 12.
A escalação do Camisa 12 não poderia deixar de ser uma reunião de torcidas do
Flamengo. Assim ficou: 1. Charanga Rubro-Negra, 2. Flamigos, 3. Paixão R. N.,
4. Falange R. N., 5. Flamante, 6. Flashow, 7. Urubuzada, 8. Flachopp, 9.
Flamanguaça, 10. Raça R. N., 11. TJF-Torcida Jovem do Flamengo, 13. Flamor, 15.
Urubu Guerreiro e 18. Dragões.
Centenário (Tarcízio Dinoá Junior)
Quando começou a jogar na regra dos três toques, em novembro de 1994, o time do
Tarcízio era o Floresta Negra e só virou Centenário em 1995. O nome Centenário
foi ideia sua e advém do fato de ter sido fundado a um ano e um dia dos cem
anos do Clube de Regatas do Flamengo, seu clube de coração.
A escalação original do Centenário é uma homenagem ao tricampeonato carioca do
Flamengo, obtido em 1979: Raul, Toninho, Rondinelli, Manguito e Júnior;
Carpegiani, Andrade e Zico; Tita, Cláudio Adão e Júlio César. Por nunca
conseguir jogar com um time de futebol de mesa só, passou a disputar os jogos com
times que estavam comemorando seus centenários naqueles anos. Isso aconteceu
com o Flamengo (1995), o Milan (1999), o Barcelona (1999) e o Ajax (2000) e
assim por diante. Uma triste coincidência é que Tarcízio já teve quatorze times
do Flamengo e nunca conseguiu um título importante com eles.
As iniciais CRF, que faz parte do escudo do Flamengo, faladas no “baianês”, o
dialeto baiano, foi o motivo principal para a criação de mais um time baseado
no rubro-negro carioca, pelo nosso saudoso amigo Dilson. O time era formado por
apelidos de ex-jogadores do Flamengo, tipo Bode Atômico, em homenagem a
Dionísio, Galo era o Zico, Júlio César era Uri Gheller e também por jogadores
da década de 70, como Onça e Manicera. Dilson marcava poucos gols e homenageava
seus jogadores com músicas, tais como “Onça, vá viver a sua vida...” ou “O
pequenino Manicera...”.
Dragão Negro (Walter Morgado)
Dragão Negro era o nome de uma facção de torcedores ilustres do Flamengo, como,
por exemplo, José Lins do Rego e Ary Barroso, entre outros, que se reuniam
diariamente na tradicional Confeitaria Colombo, no centro do Rio de Janeiro.
Segundo um de seus integrantes, era uma alusão a um grupo de japoneses (Dragões
Negros) que, durante a Segunda Guerra Mundial, eram muito temidos.
Participantes e conspiradores da política interna do clube, os Dragões Negros
lograram no início dos anos 50 a vitória na eleição para a presidência do
Flamengo, levando ao poder um de seus integrantes, Gilberto Cardoso, que
reconduziu o time de futebol ao seu segundo tricampeonato carioca
(1953/1954/1955), após um interregno de 8 anos sem títulos.
Em toda a sua carreira botonística, nosso saudoso amigo Walter Morgado chegou a
ser treinador do Dragão Negro de “A” a “Z”. Não satisfeito, ainda criou a
Seledrago, seleção dos melhores de todos os times do Dragão Negro.
Defenderam o primeiro Dragão Negro, o “A”: 1. Luís Borracha, 2. Domingos da
Guia, 3. Newton, 4. Biguá, 5. Bria, 6. Jaime, 7. Espanhol, 11. Rodrigues Neto,
12. Duca, 18. Hermes, 35. Volante, 37. Sá, 41. Lero, 42. Durval e 43. Adilson.
Flamante (Ermânio Farias)
A Flamante foi uma torcida organizada do Flamengo, que não está mais presente
nos estádios, deixando de freqüentar os estádios no ano de 2004. Foi a terceira
torcida organizada do Flamengo, após a Charanga Rubro Negra e a Torcida Jovem.
Mangueira (David Malcher)
Outro que já nos deixou, David Malcher resolveu prestar sua homenagem ao seu
time do coração, o Flamengo, ao associar o time com a maior torcida do Brasil
com a escola de samba mais popular do País. Nas cores verde e rosa, tinha como
destaque entre seus jogadores, o casal Cartola e Dona Zica.
Mengole (Sérgio Motta)
O Mengole Futebol de Mesa teve como “padrinho” o falecido Sérgio Netto, seu
grande incentivador. Surgiu com o nome de MENGOL (sugestão do “padrinho”);
passados alguns dias e os gols não aparecendo, por motivos óbvios passou a
chamar-se MENGOLE. Suas cores básicas são a vermelha e a preta. Sua escalação
original, com a qual disputou a primeira partida oficial em 11 de junho de 1981,
é a seguinte: 1. Royal Salute, 2. Haig, 3. Chivas Regal, 4. Glenfiddich, 5.
Dimple, 6. Logan, 7. Grant’s, 8. J&B, 9. Johnnie Walker, 10. White Horse e
11. Buchanan’s.
Raça (Marcelo Motta)
Assim como seu irmão Ricardo, Marcelo resolveu homenagear a maior torcida
organizada do Flamengo, também chamada de Raça Fla ou simplesmente Raça.
Raul, Leandro, Marinho, Mozer e Junior; Andrade, Adílio e Zico; Tita, Nunes e
Lico, a escalação do time campeão mundial em 1981, é a mesma do Raça.
O primeiro mascote do Flamengo foi o marinheiro Popeye, personagem de
quadrinhos na década de 40, e posteriormente de desenhos animados. Na década de
60, as torcidas rivais, como forma de provocação, chamavam os torcedores do
Flamengo de "urubus". Logicamente, os torcedores rubro-negros se
sentiam ofendidos, afinal, era uma forma de ridicularizar uma torcida popular,
formada em sua maioria por afrodescendentes e pessoas de baixa renda. A
irreverência dos flamenuistas fez com que, no final dessa mesma década, após
soltarem um urubu num clássico, o novo mascote passasse a ser essa ave,
sacramentado depois pelo cartunista rubro-negro Henfil.
O Flamengo também já esteve presente às mesas do DF, através do aumentativo “Mengão”,
de Paulo Souza e Thiago Brum, ou de suas cores, com o time do Gilson Mendes, o Rubro
Negro. Juntamente com o Urubu, seus jogadores eram aqueles no momento em que
estavam atuando.
Em segundo lugar, com nove nomes, está o Botafogo. O alvinegro carioca foi
homenageado com os seguintes times:
Através de suas cores, com o Alvi Negro, de Gilberto Moura e Antônio Do Rosário.
No final dos anos 40, o supersticioso presidente do Botafogo, Carlito Rocha,
transformou o cachorro Biriba, que pertencia ao zagueiro Macaé, em mascote do
clube. Em partida contra o Madureira, válida pelo Campeonato Carioca de 1948, o
vira-lata invadiu o gramado no momento da comemoração de um gol alvinegro. A
partir de então, Carlito Rocha passou a levar o animal em todas as partidas do
clube, acreditando que trazia sorte. Em certa ocasião, a diretoria do Vasco da
Gama tentou barrar a entrada de Biriba em São Januário, mas Carlito Rocha
colocou o cachorro debaixo do braço e desafiou os rivais, permitindo a entrada
do animal. Com a presença de Biriba, em 19 jogos, o Botafogo venceu 17 partidas
e empatou duas, sagrando-se campeão estadual daquele ano. O simpático mascote
botafoguense morreu em 1958.
O time de Flávio Cardoso era formado por jogadores botafoguenses de 1948.
Bota Junior (Paulo Airton Junior)
Um dos mais jovens botafoguenses a defender as cores do seu time de coração é
Paulo Airton Brandão Junior, mais conhecido por Junior. Para seu time escolheu
um nome que juntasse as quatro primeiras letras do Botafogo com o nome que é
mais cohecido no futebol de mesa brasiliense.
Estrela Solitária (José Ricardo Almeida),
Como botafoguense que é e em homenagem ao seu amigo e “padrinho botonístico”,
também torcedor do Botafogo, Hélio Nogueira, o time de José Ricardo se chama
Estrela Solitária, símbolo maior do alvinegro carioca. Quando o pessoal de
Brasília foi ao primeiro Brasileiro Individual, em 1980, no Rio de Janeiro, José
Ricardo e seus dois irmãos, André e Antônio Carlos, ficaram hospedados na casa
do Hélio. Foi com o Hélio que José Ricardo começou a aprender a regra em seus
mínimos detalhes. O nome do time é sua singela homenagem ao amigo Hélio
Nogueira. Os jogadores, tal como o “original”, são nomes de estrelas. No caso
do José Ricardo, algumas foram substituídas por outras estrelas, seus netos, em
número de quatro, por enquanto!!!
A escalação original do Estrela Solitária de Brasília era 1. Antares, 4.
Castor, 2. Altair, 3. Polaris e 6. Procyon; 5. Aldebaran, 8. Bellatrix e 10.
Vega; 7. Rigel, 9. Algol e 11. Pollux. SUDERJ informa: sai 4. Castor entra 14.
Rafinha (em homenagem a Rafaela, uma das netas), sai 2. Altair e entra 28. MC
(em homenagem a Maria Clara, outra neta); sai 8. Bellatrix e entra 13.
Marcelinho (o neto mais velho) e sai 9. Algol e entra 29. Miguel. Detalhe: a
numeração das novas camisas referem-se aos dias em que nasceram.
Tendo iniciado no futebol de mesa em Juiz de Fora, passando por Belo Horizonte
e se encontrando atualmente em Brasília, Washington Pires demonstrou todo o seu
amor ao alvinegro carioca ao escalar o seguinte time: Fúria Alvinegra, Nilton
Santos, Gonçalves, Mauro Galvão e Marinho Chagas; Alemão, Gerson e Mendonça;
Jairzinho, Túlio Maravilha e Garrincha. Na reserva: Zagallo, Sérgio Manoel,
Donizete, Paulo César Caju e Pires (ele mesmo!).
Guairacá Nunes foi, talvez, o melhor jogador do futebol de salão de Brasília.
Nas mesas, botafoguense que é, resolveu homenagear seu clube de coração com uma
seleção dos melhores jogadores que já passaram pelo Botafogo, até o início dos
anos 80, quando, por questões profissionais e familiares, transferiu-se de
Brasília.
Outras expressões também homenagearam o Botafogo nas mesas brasilienses, tais
como Chama Alvi-Negra, de José Roberto Terra, Estrela, de Wellington, Fogão, de
José Moraes, e Fogo, de Ricardo Rony.
O Fluminense vem a seguir, com oito nomes, a saber:
Inimá José Valente Junior, o Junior, resolveu prestar homenagem ao seu clube de
coração desde que começou a atuar nas mesas brasilienses, em 2002 (está
afastado no momento). Já foi Tricolor e passou para Cartola.
Quem sabe, quando resolver voltar, crie um novo nome para homenagear o Fluminense.
Quem sabe, quando resolver voltar, crie um novo nome para homenagear o Fluminense.
O grande time do Fluminense formado por Francisco Horta, que se sagrou
bicampeão carioca em 1975 e 1976, serviu de base para que esses dois técnicos
dessem aos seus times o nome de Máquina, em homenagem a “máquina de jogar bola”,
assim aclamada por muitos nesse período e integrada por grandes jogadores, tais
como Carlos Alberto Torres, Edinho, Carlos Alberto Pintinho, Gil, Doval,
Rivelino, Dirceu e Paulo César Caju.
Muitas outras expressões homenagearam o Fluminense. Desde Força Flu, de Nilton
Lopes, passando pelo Tricolor, de Francisco Vidal e Gilvan Pádua, até os times
dos irmãos Marcelo Lima (Pó de Arroz) e Cristiano Vieira (União Tricolor),
até mais recentemente, com a Garra Tricolor, de Leonardo Brandão.
O Vasco da Gama foi o último entre os quatro grandes clubes do futebol carioca,
com sete nomes, a saber:
Ambos nascidos no Rio de Janeiro e ambos torcedores do Vasco da Gama. Quando
Cícero Barros chegou para inscrever seu time no 1º Torneio Aberto de Brasília,
em 1979, já tinha um Vasco da Gama, do veterano técnico Vasco Duarte, vascaíno
como ele. Aceitou a sugestão de alguém na época e passou a jogar com o time do
Cruz de Malta. Tinha até um “grito de guerra”: “Cruz de Malta é Vasco, o resto
é fiasco”.
Quando Paulo Márcio começou a jogar a regra três toques em Brasília, em 1998,
Cícero não mais jogava. Então, resolveu homenagear seu time do coração,
passando a usar as mesmas cores do Vasco da Gama e o principal símbolo do clube
de São Januário, a Cruz de Malta (na verdade, a Cruz de Cristo). Já os
jogadores, Paulo Márcio nunca teve uma escalação fixa para o time, sempre sendo
jogadores do seu Vasco da Gama. Nunca foi ligado em jogadores de futebol porque
eles mudam de clube como se troca de roupa, então porque se ligar a eles?
Gigante da Colina (Eduardo Farneze)
Desde 2013 nosso amigo vascaíno Eduardo Farneze defende as cores do Gigante da
Colina, apelido até hoje usado para definir o Vasco da Gama. Surgiu devido ao
estádio de São Januário estar localizado numa região topograficamente elevada.
Todavia, há quem conteste que São Januário fique numa colina, preferindo
atribuir a denominação a um equívoco geográfico, pois existia um Morro de São
Januário (já demolido), mas que ficava no centro da cidade, bem longe,
portanto, da Rua São Januário, a principal via de acesso ao estádio. A
escalação do Gigante da Colina tem os seguintes jogadores: 1. Acácio, 2, Paulo
Roberto, 3. Odvan, 4. Mauro Galvão, 5. Dunga, 6. Mazinho, 7. Edmundo, 8.
Juninho Pernambucano, 9. Bebeto, 10. Roberto Dinamite e 11. Romário. Reservas:
12. Emerson Leão, 13. Cocada, 14. Marco Antônio, 15. Bismarck e 16. Sorato.
Machão da Gama (Dênis Roque Moreira)
O Machão da Gama era formado por 1. Mazzaropi, 2. Rosemiro, 3. James (seu
irmão), 4. Edinho e 6. Galdêncio; 5. Magno, 8. Joel e 10. Dênis (o craque e
dono do time!!!); 7. Joãozinho, 9. JoséMaria e 11. Marco.
Com exceção dos dois primeiros, que atuaram pelo Vasco da Gama, os demais são amigos
de Dênis do tempo em que jogava futebol de mesa em Sobradinho.
Na década de 1940, o caricaturista argentino Lorenzo Molas, que trabalhava para
o Jornal dos Sports, foi encarregado de criar mascotes dos clubes cariocas. Molas,
que por sinal era torcedor vascaíno, desenhou um almirante português para
simbolizar o Vasco da Gama. Assim, o Vasco da Gama passou também a ser chamado
de Almirante, denominação que era muito popular nos anos 50.
No futebol de mesa brasiliense, Ricardo Sant’Anna resolveu adotar o nome de
Almirante para seu time, integrado na época (1983) por jogadores do Vasco da
Gama.
Outros nomes para homenagear o Vasco da Gama nas mesas brasilienses foram Colina,
de Marco Oliveira, Cruzmaltino, de Paulo Coelho, e Expresso da Vitória, de Marcelo
Martins de Carvalho, técnico do Serrano, de Sobradinho.
Amanhã contaremos um pequeno histórico dos times de outros Estados.
Meu nome saiu errado. na parte dos times do Fluminense é Marcelo Lima (não tenho Vieira como o meu irmão Crhistiano).
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