quinta-feira, 6 de abril de 2017

OS GRANDES TIMES DO FUTEBOL DE MESA BRASILIENSE - 4ª parte


Continuando com o histórico dos times do futebol de mesa brasiliense, vamos falar dos times de São Paulo que desfilaram ou ainda desfilam por nossas mesas.

PALMEIRAS

Verdão (Antônio Carlos Almeida)
A Sociedade Esportiva Verdão Futebol de Mesa é o time do técnico Antônio Carlos Almeida.
O Verdão é um sonho de um torcedor, agora não tão fanático, que indignado com o elenco naquela época e, conseqüentemente, com os péssimos resultados, resolveu, em 23 de fevereiro de 1980, criar um time imbatível, um esquadrão imaginário, composto por craques de todos os tempos que um dia defenderam as cores da Sociedade Esportiva Palmeiras, seu time do coração. Num time onde os onze jogadores são destaques, há aqueles em que seu técnico confia mais: Gilmar, pelo seu senso de colocação, Dudu, pela proteção perfeita da cabeça-de-área, Ademir da Guia, pelos precisos lançamentos de longa distância, Julinho, por ser um especialista em fazer gols quase sem ângulo, e Servílio, o artilheiro eterno. Eis o onze titular do Verdão: 1. Gilmar, 2. Djalma Santos, 3. Luís Pereira, 4. Alfredo e 6. Pedrinho; 5. Dudu, 8. Jorge Mendonça e 10. Ademir da Guia; 7. Julinho, 9. Servílio e 11. Gallardo.
Obs.: o goleiro é o único jogador que muda de nome, conforme o ano em que o Verdão está atuando. Exemplo: esse ano o goleiro é o Fernando Prass.

Força Verde (Renato Rocha)
Palmeirense roxo e também para homenagear as “verdinhas”, Renato Rocha colocou em seu time o nome de Força Verde.

Outro exemplo de time homenageando o Palmeiras foi o Periquito, de Vicente Parisi.

SÃO PAULO

Sampa (Luciano Sampaio), 
Torcedor do São Paulo, Luciano Sampaio fez uma homenagem dupla ao tricolor paulista: Sampa é o apelido da cidade de São Paulo, a capital deste Estado, e também é uma redução do seu sobrenome.

Abrimos uma exceção para falar do Triturador, time do nosso grande amigo Luiz Cláudio Caruso. Anteriormente ele jogava com o time do São Paulo, seu time do coração, até que em 2005 passou a jogar com o Triturador Futebol de Mesa, também conhecido como o “Mais Querido do Centro-Oeste”. A ideia era triturar os adversários e para tanto manteve o time do São Paulo com a seguinte escalação: Valdir Peres, Getúlio, Oscar, Dario Pereyra e Nelsinho; Chicão, Renato e Pita; Müller, Careca e Zé Sérgio. Curiosamente, Getúlio, o nº 2, é o maior destaque do seu time e seu grande artilheiro.

Outro time que homenageou o São Paulo em Brasília foi o Tricolor, de José Silvério.

CORINTHIANS

Fiel Mosqueteiro (Sérgio Netto) 
Quando ainda era vivo (faleceu em 2001), Sérgio Netto não sabia dizer onde teria surgido seu fascínio por espadas e seus espadachins. Ele chegou a praticar esgrima em Curitiba, adorava filmes de aventura e livros de romance de capa e espada, mas não sabia exatamente de onde esta mania surgiu.
Na época do Torneio Rio-Brasília, Sérgio ficou sabendo que no Rio de Janeiro a maioria dos técnicos criava os nomes dos seus times. Torcedor do Corinthians (cuja torcida é conhecida por Fiel), juntou o útil ao agradável e em 3 de novembro de 1979 criou o FIEL MOSQUETEIRO FUTEBOL DE MESA. Dando asas à imaginação, resolveu escalar espadachins no seu time de botão nas cores preta e branca (as mesmas do clube paulista). Criou seu próprio escudo (que não conseguimos encontrar um modelo para copiar) e passou a jogar com atletas da esgrima e de heróis, de bandidos e celerados, de aventureiros e conquistadores, corsários e piratas, poetas e navegantes, cavalheiros e imperadores... O time “A”, com “calção” preto e “camisa” branca, numeração e nome em preto e escudo era formado pelos goleiros Luke Skywalker (do filme Guerra nas Estrelas) ou Porthos (um dos Mosqueteiros), Athos (outro Mosqueteiro), Peter Pan (dos desenhos de Walt Disney), Touchée (a tartaruguinha dos desenhos animados) e Rochefort (espadachim de confiança do Cardeal Richelieu, no tempo dos Três Mosqueteiros); Aramis (mais um Mosqueteiro), Ali-Babá (o herói de Bagdá) e Zorro (o herói mexicano); Panache (aventureiro e poeta, inimigo de Rochefort), D’Artagnan (o último dos Mosqueteiros) e Francis Drake (o corsário mais famoso da história), este o artilheiro deste time. 

Gaviões da Fiel (Élcio Gobato)
A Gaviões da Fiel é a maior torcida organizada do Sport Club Corinthians Paulista. Quando começou a jogar na regra três toques, em 1995, o saudoso corinthiano Élcio Gobato resolveu colocar o nome de seu time Gaviões da Fiel.

SANTOS

Meninos da Vila (Rodrigo Caruso - Digão)
A equipe dos Meninos da Vila “recomeçou” a praticar o futebol de mesa no 1º semestre de 1998 e desde então vem atuando com regularidade. O grande incentivador para seu início no futebol de mesa foi seu irmão mais velho, Paulo Caruso, como Digão também torcedor do Santos. Paulo, inclusive, deu o primeiro time da regra três toques para o Digão. A escalação oficial dos Meninos da Vila é a seguinte: 1. Marola, 4. Nélson, 2. Joãozinho, 6. Neto e 3. Gilberto Sorriso; 5. Clodoaldo, 8. Ailton Lira e 10. Pita; 7. Nilton Batata, 9. Juari e 11. João Paulo.

Santástico (André Fernando Almeida)
André Fernando é irmão de Antônio Carlos, Eduardo e José Ricardo e com eles participou de diversos torneios realizados na casa deles.
E assim foi até o ano de 1979, quando, pela primeira vez jogou uma competição fora de casa. Ao ser criado o clube da UDF, participou do primeiro Campeonato Interno deste clube, defendendo o Santos (time que admirava).
Quando começou a participar dos torneios oficiais, André ainda não tinha um time em mente para inscrever. Era regra não repetir o nome de um time já existente e, quando o André resolveu disputar o primeiro torneio, a Federação já possuía cadastrado um time do Santos.
No começo de março de 1980, André criou o seu próprio time. Em agosto de 1973, entrava no ar pela Rede Globo de Televisão, o programa “Fantástico O Show da Vida”. Passou a ser o programa mais visto da TV brasileira. Ainda curtindo o título de campeão paulista conquistado pelo Santos na temporada 1978/1979 (iniciado em 1978 e encerrado em junho de 1979) e inspirado no programa da TV Globo, foi aí que André teve a idéia de criar o SANTÁSTICO, O SHOW DA VILA.
O time era formado por jogadores que atuaram no Santos naqueles dois anos. A escalação era essa: 1. Marola, 2. Nelson, 3. Joãozinho, 4. Neto e 6. Gilberto; 5. Clodoaldo, 8. Ailton Lira e 10. Pita; 7. Nilton Batata, 9. Juari e 11. João Paulo. Na reserva, 15. Toninho Vieira e 18. Rubens Feijão.
Ainda em 1980, André e o seu Santástico nunca mais quiseram saber do futebol de mesa.

Baleia Branca (Sérgio Burnier)
Sérgio Túlio de Moura R. Burnier é sócio-fundador do Grêmio Mineiro, começou na regra 3 toques em novembro de 1981 e por longos anos foi técnico do Grêmio Mineiro, mas chegou a disputar competições oficiais em Brasília nos anos de 1991 e 1992.
Burnier, que sempre foi corintiano, na hora de escolher o nome de seu time para se inscrever num determinado torneio, escolheu o nome de Baleia Branca, símbolo do rival Santos, com o seguinte pensamento: se eu perder, quem está perdendo é o Santos, não o Corinthians, meu time do coração!
A escalação do Baleia Branca, nas cores preta e branca, é a seguinte: 1. Cabeção, 2. Calvet, 3. Ramos Delgado, 4. Urubatão, 5. Del Vecchio, 6. Formiga, 7. Dorval, 8. Mengálvio, 9. Pagão, 10. Pelé e 11. Jair Rosa Pinto. Detalhe: o goleiro Cabeção nunca jogou no Santos, somente no Corinthians.

Outras homenagens ao Santos vieram através do Tubarão Da Vila, de Leonardo Caruso, filho de Paulo Caruso, e do Squadrão Santista, de Marco Antônio, nos anos de 1981 e 1982.

Ainda no futebol paulista tivemos a homenagem de outro saudoso amigo botonista, Dr. Paulo Sérgio Nader, que jogava com o Bugre, em homenagem ao Guarani, de Campinas, e tinha como maior “craque” o lateral-esquerdo Almeida.
O Bugre, mascote do Guarani, surgiu como homenagem ao filho da terra, o compositor Carlos Gomes, autor da ópera “O Guarany”, um enorme sucesso em 1911, ano da fundação do clube de Campinas. A figura do indiozinho, nada mais é do que a representação dos homens que formavam a tribo dos Guaranis, conhecidos por ser de grande coragem e espírito de luta, características que o clube carrega ao longo de sua história.

MINAS GERAIS

Do futebol mineiro encontramos quatro apelidos para homenagear os dois maiores clubes de Minas Gerais: Atlético Mineiro e Cruzeiro.
Homenagearam o Atlético Mineiro os técnicos Alexandre Humberto e Werton Carlos, ambos jogando, em épocas diferentes, com seus times chamados de Galo.
Quem também homenageou o alvinegro de Belo Horizonte foi o técnico Marco Túlio, de Juiz de Fora, mas que disputou alguns torneios no ano de 1998 aqui em Brasília, jogando com o time do Galoucura.
Já o Cruzeiro foi lembrado pelos técnicos Hamilson Moncaio, que jogava com o Raposão, e Jorge Correa, que defendeu as cores azuis do Raposa.

PERNAMBUCO

Capibaribe (Mauro Moura), 
Torcedor do Clube Náutico Capibaribe, Mauro Moura prestou homenagem ao seu clube do coração registrando-o como Capibaribe, rio que passa pelo centro da cidade de Recife. Para completar a homenagem ao rio Capibaribe, seus jogadores “ganharam vida” com o nome “rio” em diversos idiomas, tais como, o grego Potamos, o francês Riviere, o inglês River, o alemão Fluss, o italiano Fiume, dentre outros. Detalhe: o goleiro tem o nome de seu pai, Soloncy.

Leão do Norte (Paulo Roberto Holanda, o Paulão)
No início dos anos 40, o Sport Recife realizou uma vitoriosa excursão ao sul do Brasil, ali ganhando o apelido de Leão do Norte.
Além disso, na bandeira de Recife, há um leão que se refere ao escudo de armas de Maurício de Nassau e ao apelido recebido pelos pernambucanos (Leão do Norte) alusivo à história de lutas do povo do Estado de Pernambuco.
Quando começou a jogar, em fevereiro de 2006, na regra três toques, o time de Paulo Roberto Holanda, o Paulão, passou a ser o LEÃO DO NORTE, em homenagem ao seu time do coração, o Sport Clube do Recife.
Logicamente, suas cores oficiais são a preta e a vermelha.
Depois de algumas contratações e outras dispensas, a escalação do Leão do Norte é a seguinte: 1. Zezito (seu pai); 2. Gonzagão; 3. Joaquim Nabuco; 4. Ariano Suassuna; 5. Mestre Vitalino; 6. João Cabral; 7. Capiba; 8. Juninho Pernambucano; 9. Alceu Valença; 10. Gilberto Freire e 11. Lenine. Na reserva: 12. Zé Grilo; 13. Lampião; 14. Corisco; 15. Manoel Bandeira e 16. Sivuca.

DISTRITO FEDERAL

Encerrando a nossa viagem pelo Brasil, chegamos ao Distrito Federal, que foi homenageado por dois técnicos do futebol de mesa brasiliense.
Quando se inscreveu no Torneio Aberto de Futebol de Mesa de Brasília de 1982, Roberval de Paula resolveu homenagear a cidade onde mora desde que chegou ao DF e também o Taguatinga Esporte Clube, cujo símbolo é uma águia branca, e foi um dos 19 clubes de futebol do DF que Roberval trabalhou, na maioria das vezes como Supervisor. Curiosamente, a escalação do Águia Branca era de jogadores do Fluminense, time do coração de Roberval, com destaque para Robertinho.
Outro técnico que prestou sua homenagem ao futebol do Distrito Federal foi Ercival Almeida, que jogava com o Gamão, apelido da Sociedade Esportiva do Gama.

Amanhã, encerraremos essa série de postagens, falando de todos os demais apelidos de times do futebol de mesa brasiliense.

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