Continuando com o histórico dos times do futebol de mesa
brasiliense, vamos falar dos times de São Paulo que desfilaram ou ainda
desfilam por nossas mesas.
PALMEIRAS
Verdão (Antônio Carlos Almeida)
A Sociedade Esportiva Verdão Futebol de Mesa é o time do técnico
Antônio Carlos Almeida.
O Verdão é um sonho de um torcedor, agora não tão fanático, que
indignado com o elenco naquela época e, conseqüentemente, com os péssimos
resultados, resolveu, em 23 de fevereiro de 1980, criar um time imbatível, um
esquadrão imaginário, composto por craques de todos os tempos que um dia
defenderam as cores da Sociedade Esportiva Palmeiras, seu time do coração. Num
time onde os onze jogadores são destaques, há aqueles em que seu técnico confia
mais: Gilmar, pelo seu senso de colocação, Dudu, pela proteção perfeita da
cabeça-de-área, Ademir da Guia, pelos precisos lançamentos de longa distância,
Julinho, por ser um especialista em fazer gols quase sem ângulo, e Servílio, o
artilheiro eterno. Eis o onze titular do Verdão: 1. Gilmar, 2. Djalma Santos,
3. Luís Pereira, 4. Alfredo e 6. Pedrinho; 5. Dudu, 8. Jorge Mendonça e 10.
Ademir da Guia; 7. Julinho, 9. Servílio e 11. Gallardo.
Obs.: o goleiro é o único jogador que muda de nome, conforme o ano
em que o Verdão está atuando. Exemplo: esse ano o goleiro é o Fernando Prass.
Força Verde (Renato Rocha)
Palmeirense roxo e também para homenagear as “verdinhas”, Renato
Rocha colocou em seu time o nome de Força Verde.
Outro exemplo de time homenageando o Palmeiras foi o Periquito, de
Vicente Parisi.
SÃO PAULO
Sampa (Luciano Sampaio),
Torcedor do São Paulo, Luciano Sampaio fez uma homenagem dupla ao
tricolor paulista: Sampa é o apelido da cidade de São Paulo, a capital deste
Estado, e também é uma redução do seu sobrenome.
Abrimos uma exceção para falar do Triturador, time do nosso grande
amigo Luiz Cláudio Caruso. Anteriormente ele jogava com o time do São Paulo,
seu time do coração, até que em 2005 passou a jogar com o Triturador Futebol de
Mesa, também conhecido como o “Mais Querido do Centro-Oeste”. A ideia era
triturar os adversários e para tanto manteve o time do São Paulo com a seguinte
escalação: Valdir Peres, Getúlio, Oscar, Dario Pereyra e Nelsinho; Chicão,
Renato e Pita; Müller, Careca e Zé Sérgio. Curiosamente, Getúlio, o nº 2, é o
maior destaque do seu time e seu grande artilheiro.
Outro time que homenageou o São Paulo em Brasília foi o Tricolor,
de José Silvério.
CORINTHIANS
Fiel Mosqueteiro (Sérgio Netto)
Quando ainda era vivo (faleceu em 2001), Sérgio Netto não sabia
dizer onde teria surgido seu fascínio por espadas e seus espadachins. Ele
chegou a praticar esgrima em Curitiba, adorava filmes de aventura e livros de
romance de capa e espada, mas não sabia exatamente de onde esta mania surgiu.
Na época do Torneio Rio-Brasília, Sérgio ficou sabendo que no Rio
de Janeiro a maioria dos técnicos criava os nomes dos seus times. Torcedor do
Corinthians (cuja torcida é conhecida por Fiel), juntou o útil ao agradável e
em 3 de novembro de 1979 criou o FIEL MOSQUETEIRO FUTEBOL DE MESA. Dando asas à
imaginação, resolveu escalar espadachins no seu time de botão nas cores preta e
branca (as mesmas do clube paulista). Criou seu próprio escudo (que não
conseguimos encontrar um modelo para copiar) e passou a jogar com atletas da
esgrima e de heróis, de bandidos e celerados, de aventureiros e conquistadores,
corsários e piratas, poetas e navegantes, cavalheiros e imperadores... O time
“A”, com “calção” preto e “camisa” branca, numeração e nome em preto e escudo
era formado pelos goleiros Luke Skywalker (do filme Guerra nas Estrelas) ou
Porthos (um dos Mosqueteiros), Athos (outro Mosqueteiro), Peter Pan (dos
desenhos de Walt Disney), Touchée (a tartaruguinha dos desenhos animados) e
Rochefort (espadachim de confiança do Cardeal Richelieu, no tempo dos Três
Mosqueteiros); Aramis (mais um Mosqueteiro), Ali-Babá (o herói de Bagdá) e
Zorro (o herói mexicano); Panache (aventureiro e poeta, inimigo de Rochefort),
D’Artagnan (o último dos Mosqueteiros) e Francis Drake (o corsário mais famoso
da história), este o artilheiro deste time.
Gaviões da Fiel (Élcio Gobato)
A Gaviões da Fiel é a maior torcida organizada do Sport Club
Corinthians Paulista. Quando começou a jogar na regra três toques, em 1995, o
saudoso corinthiano Élcio Gobato resolveu colocar o nome de seu time Gaviões da
Fiel.
SANTOS
Meninos da Vila (Rodrigo Caruso - Digão)
A equipe dos Meninos da Vila “recomeçou” a praticar o futebol de
mesa no 1º semestre de 1998 e desde então vem atuando com regularidade. O
grande incentivador para seu início no futebol de mesa foi seu irmão mais velho,
Paulo Caruso, como Digão também torcedor do Santos. Paulo, inclusive, deu o
primeiro time da regra três toques para o Digão. A escalação oficial dos
Meninos da Vila é a seguinte: 1. Marola, 4. Nélson, 2. Joãozinho, 6. Neto e 3.
Gilberto Sorriso; 5. Clodoaldo, 8. Ailton Lira e 10. Pita; 7. Nilton Batata, 9.
Juari e 11. João Paulo.
Santástico (André Fernando Almeida)
André Fernando é irmão de Antônio Carlos, Eduardo e José Ricardo e
com eles participou de diversos torneios realizados na casa deles.
E assim foi até o ano de 1979, quando, pela primeira vez jogou uma
competição fora de casa. Ao ser criado o clube da UDF, participou do primeiro
Campeonato Interno deste clube, defendendo o Santos (time que admirava).
Quando começou a participar dos torneios oficiais, André ainda não
tinha um time em mente para inscrever. Era regra não repetir o nome de um time
já existente e, quando o André resolveu disputar o primeiro torneio, a
Federação já possuía cadastrado um time do Santos.
No começo de março de 1980, André criou o seu próprio time. Em
agosto de 1973, entrava no ar pela Rede Globo de Televisão, o programa
“Fantástico O Show da Vida”. Passou a ser o programa mais visto da TV
brasileira. Ainda curtindo o título de campeão paulista conquistado pelo Santos
na temporada 1978/1979 (iniciado em 1978 e encerrado em junho de 1979) e
inspirado no programa da TV Globo, foi aí que André teve a idéia de criar o
SANTÁSTICO, O SHOW DA VILA.
O time era formado por jogadores que atuaram no Santos naqueles
dois anos. A escalação era essa: 1. Marola, 2. Nelson, 3. Joãozinho, 4. Neto e
6. Gilberto; 5. Clodoaldo, 8. Ailton Lira e 10. Pita; 7. Nilton Batata, 9.
Juari e 11. João Paulo. Na reserva, 15. Toninho Vieira e 18. Rubens Feijão.
Ainda em 1980, André e o seu Santástico nunca mais quiseram saber
do futebol de mesa.
Baleia Branca (Sérgio Burnier)
Sérgio Túlio de Moura R. Burnier é sócio-fundador do Grêmio
Mineiro, começou na regra 3 toques em novembro de 1981 e por longos anos foi
técnico do Grêmio Mineiro, mas chegou a disputar competições oficiais em
Brasília nos anos de 1991 e 1992.
Burnier, que sempre foi corintiano, na hora de escolher o nome de
seu time para se inscrever num determinado torneio, escolheu o nome de Baleia
Branca, símbolo do rival Santos, com o seguinte pensamento: se eu perder, quem
está perdendo é o Santos, não o Corinthians, meu time do coração!
A escalação do Baleia Branca, nas cores preta e branca, é a
seguinte: 1. Cabeção, 2. Calvet, 3. Ramos Delgado, 4. Urubatão, 5. Del Vecchio,
6. Formiga, 7. Dorval, 8. Mengálvio, 9. Pagão, 10. Pelé e 11. Jair Rosa Pinto.
Detalhe: o goleiro Cabeção nunca jogou no Santos, somente no Corinthians.
Outras homenagens ao Santos vieram através do Tubarão Da Vila, de
Leonardo Caruso, filho de Paulo Caruso, e do Squadrão Santista, de Marco
Antônio, nos anos de 1981 e 1982.
Ainda no futebol paulista tivemos a homenagem de outro saudoso
amigo botonista, Dr. Paulo Sérgio Nader, que jogava com o Bugre, em homenagem
ao Guarani, de Campinas, e tinha como maior “craque” o lateral-esquerdo
Almeida.
O Bugre, mascote do Guarani, surgiu como homenagem ao filho da
terra, o compositor Carlos Gomes, autor da ópera “O Guarany”, um enorme sucesso
em 1911, ano da fundação do clube de Campinas. A figura do indiozinho, nada
mais é do que a representação dos homens que formavam a tribo dos Guaranis,
conhecidos por ser de grande coragem e espírito de luta, características que o
clube carrega ao longo de sua história.
MINAS GERAIS
Do futebol mineiro encontramos quatro apelidos para homenagear os
dois maiores clubes de Minas Gerais: Atlético Mineiro e Cruzeiro.
Homenagearam o Atlético Mineiro os técnicos Alexandre Humberto e
Werton Carlos, ambos jogando, em épocas diferentes, com seus times chamados de
Galo.
Quem também homenageou o alvinegro de Belo Horizonte foi o técnico
Marco Túlio, de Juiz de Fora, mas que disputou alguns torneios no ano de 1998
aqui em Brasília, jogando com o time do Galoucura.
Já o Cruzeiro foi lembrado pelos técnicos Hamilson Moncaio, que
jogava com o Raposão, e Jorge Correa, que defendeu as cores azuis do Raposa.
PERNAMBUCO
Capibaribe (Mauro Moura),
Torcedor do Clube Náutico Capibaribe, Mauro Moura prestou
homenagem ao seu clube do coração registrando-o como Capibaribe, rio que passa
pelo centro da cidade de Recife. Para completar a homenagem ao rio Capibaribe,
seus jogadores “ganharam vida” com o nome “rio” em diversos idiomas, tais como,
o grego Potamos, o francês Riviere, o inglês River, o alemão Fluss, o italiano
Fiume, dentre outros. Detalhe: o goleiro tem o nome de seu pai, Soloncy.
Leão do Norte (Paulo Roberto Holanda, o Paulão)
No início dos anos 40, o Sport Recife realizou uma vitoriosa
excursão ao sul do Brasil, ali ganhando o apelido de Leão do Norte.
Além disso, na bandeira de Recife, há um leão que se refere ao
escudo de armas de Maurício de Nassau e ao apelido recebido pelos pernambucanos
(Leão do Norte) alusivo à história de lutas do povo do Estado de Pernambuco.
Quando começou a jogar, em fevereiro de 2006, na regra três
toques, o time de Paulo Roberto Holanda, o Paulão, passou a ser o LEÃO DO
NORTE, em homenagem ao seu time do coração, o Sport Clube do Recife.
Logicamente, suas cores oficiais são a preta e a vermelha.
Depois de algumas contratações e outras dispensas, a escalação do
Leão do Norte é a seguinte: 1. Zezito (seu pai); 2. Gonzagão; 3. Joaquim
Nabuco; 4. Ariano Suassuna; 5. Mestre Vitalino; 6. João Cabral; 7. Capiba; 8.
Juninho Pernambucano; 9. Alceu Valença; 10. Gilberto Freire e 11. Lenine. Na
reserva: 12. Zé Grilo; 13. Lampião; 14. Corisco; 15. Manoel Bandeira e 16.
Sivuca.
DISTRITO FEDERAL
Encerrando a nossa viagem pelo Brasil, chegamos ao Distrito
Federal, que foi homenageado por dois técnicos do futebol de mesa brasiliense.
Quando se inscreveu no Torneio Aberto de Futebol de Mesa de
Brasília de 1982, Roberval de Paula resolveu homenagear a cidade onde mora desde que chegou ao DF e também o Taguatinga Esporte
Clube, cujo símbolo é uma águia branca, e foi um dos 19 clubes de futebol do DF
que Roberval trabalhou, na maioria das vezes como Supervisor. Curiosamente, a
escalação do Águia Branca era de jogadores do Fluminense, time do coração de Roberval,
com destaque para Robertinho.
Outro técnico que prestou sua homenagem ao futebol do Distrito
Federal foi Ercival Almeida, que jogava com o Gamão, apelido da Sociedade
Esportiva do Gama.
Amanhã, encerraremos essa série de postagens, falando de todos os
demais apelidos de times do futebol de mesa brasiliense.
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