quinta-feira, 17 de agosto de 2023

TOQUE DE CLASSE: a "secura" pelo Futebol de Mesa e sua renovação




Por Álvaro Sampaio Filho (em março de 2012)


Nos dias de hoje, será que existe? Será que alguém é tão “fominha” quanto alguns botonistas de duas décadas atrás?
Me recordo que quando voltei a jogar, em 1981, havia aqui em Brasília um grupo significativo de pessoas para quem o futebol de mesa era o “hobby” número um, e o segundo ficava muitos pontos atrás. Eram realizados campeonatos abertos, torneios amistosos, havia clubes organizados e os campeonatos internos desses clubes eram bastante concorridos. Uma das salas da UDF servia como ponto de encontro não só para os “abertos” mas também como sede do clube. Os jogos eram realizados (pasmem) nas tardes de domingo.
Em determinada época, além da UDF, também algumas casas serviam como sedes de clubes. Assim é que tínhamos a Associação, na casa de Walter Morgado. O Alfa, na casa do Álvaro Azevedo. O Ceub, na casa de Sérgio Netto. A Telestar, na sede do clube dos funcionários da Telebrás. O Serrano, lá em Sobradinho. O Guará, no Guará I. E o Ocidental, na Cidade Ocidental. E em todos havia gente suficiente para um bom campeonato interno.
Mas os tempos foram mudando, o progresso foi chegando, como por exemplo o surgimento da TV a cabo e as transmissões esportivas, a internet, novos acontecimentos foram entrando nas vidas das pessoas, como casamentos, novos valores apareceram, como nascimento de filhos e filhas, motivos outros como mudanças para outros Estados, envolvimentos em segmentos como política, igreja, postos de hierarquia no âmbito funcional, enfim, uma série de fatores fizeram com que os hábitos mudassem e os “hobbies” fossem substituídos ou mesmo deixados de lado.
Acresça-se a isso tudo o avanço da idade, a chegada de mazelas inerentes a esse mesmo avanço, o falecimento de alguns botonistas, enfim, muitos fatores contribuíram para que o Futebol de Mesa em Brasília tenha entrado em fase decrescente, no que diz respeito ao número de praticantes (a qualidade técnica continua a mesma, das melhores do Brasil).
Mas a maior parte desse decréscimo, contudo, deve-se à ausência de RENOVAÇÃO. Muitos foram os que se afastaram do movimento (somente em Brasília, mais de 100), e pouquíssimos os que iniciaram e permaneceram nos quadros dos clubes. E essa estatística, com raras exceções, é extensiva ao Brasil inteiro.
E aí surge uma pergunta, por enquanto sem resposta: QUAL O MOTIVO DESSA AUSÊNCIA DE RENOVAÇÃO?