Por
José Ricardo Almeida
A dúvida desta vez aconteceu no jogo entre José Luís, do América, e Caruso, da AABB-1, durante a última Copa do Brasil Interclubes, disputada em Belo Horizonte (MG) e arbitrada pelo técnico do Grêmio Mineiro, Leo Monteiro.
Caruso conseguiu cavar um escanteio no seu primeiro lance. Logo, se desse o passe no segundo, poderia chutar ao gol do José Luís.
Para melhor exemplificar, a partir daqui vamos simular uma numeração dos botões.
Caruso cavou o escanteio. Pegou o nº 10 para cobrá-lo, após colocar a bola no quarto de círculo de uma maneira tal que a mesma permanecesse a mais de 18,3 cm em relação a seu jogador nº 8. Daria o passe neste e teria chance do chute a gol.
Para sua surpresa, o árbitro disse que o jogador nº 8 do Caruso deveria ser retirado, pois estava a menos de 18,3 cm. Então, o árbitro explicou que, conforme a regra, o jogador nº 8 só poderia permanecer no local caso ele estivesse a mais de 18,3 em relação ao quarto de círculo e não em relação à bola.
Vejam os artigos das regras oficiais que geraram a dúvida (retirados aqueles que não interessam no caso que gerou a dúvida):
Art. 120 – CONCEITO
...
O ESCANTEIO é cobrado colocando-se a bola sobre uma das linhas ou no interior do quarto de círculo existente na junção das linhas laterais com a linha de fundo do lado por onde a bola saiu.
Art. 121 – MODALIDADES
O ESCANTEIO pode ser CEDIDO ou CAVADO.
...
Art. 122 – CONDIÇÕES DE COBRANÇA
Para execução do escanteio deverão ser observadas duas prescrições, a saber:
O jogador encarregado da cobrança poderá estar dentro ou fora de campo, ou ainda tocando suas linhas;
A bola não poderá estar fora dos limites do espaço destinado à cobrança.
Art. 123 – DISTÂNCIA DA BOLA
No Escanteio Cedido, a critério do técnico beneficiado, qualquer jogador que estiver a menos de 183 mm do local da cobrança (quarto de círculo) poderá ser removido (Art. 31).
§ Único: Nos ESCANTEIOS CAVADOS deverão ser removidos, obrigatoriamente, TODOS os jogadores que estiverem a menos de 183 mm do local da cobrança, iniciando-se as remoções pelos jogadores do técnico beneficiado (Art. 31, alínea “f”).
No entendimento do Caruso (e de uma grande maioria dos praticantes da regra de três toques, inclusive eu) o palmômetro deveria ser utilizado em relação à bola; o árbitro interpretou que deveria ser em relação ao quarto de círculo.
Por saber que a nossa regra tende, o máximo possível, a se espelhar nas regras oficiais do Futebol de Campo, fui verificar o que consta da sua edição mais recente (2011/2012 da FIFA) e lá está escrito em sua Regra 17 – Tiro de Canto:
Procedimento
• a bola será colocada no interior do quarto de círculo do poste de bandeirinha de canto mais próximo do local onde ela ultrapassar a linha de meta.
• não deverá ser retirado o poste de bandeirinha de canto.
• os jogadores da equipe adversária deverão permanecer a, no mínimo, 9,15 m de distância do quarto de círculo de canto até que a bola entre em jogo.
• a bola será chutada por um jogador da equipe atacante.
• a bola estará em jogo no momento em que for chutada e se movimentar.
• o executor do tiro não deverá tocar na bola pela segunda vez até que esta tenha tocado em outro jogador.
Depois do que li, pude chegar a duas conclusões:
1ª – o árbitro da partida Caruso x José Luís estava correto, pois a distância dos jogadores deve ser medida a partir do quarto de círculo;
2ª – todos nós, que achamos que a distância do jogador deveria ser em relação à bola, estamos jogando errado.
Precisamos esclarecer essa dúvida antes da próxima competição nacional, o Brasileiro Individual, de 2 a 4 de novembro de 2012, em São José do Rio Preto (SP).
Aproveitando a carona e com base, também, no que determinam as regras do Futebol de Campo, podemos sugerir à Comissão de Regras do Futebol de Mesa que, no escanteio, possa haver um chute a gol.
A dúvida desta vez aconteceu no jogo entre José Luís, do América, e Caruso, da AABB-1, durante a última Copa do Brasil Interclubes, disputada em Belo Horizonte (MG) e arbitrada pelo técnico do Grêmio Mineiro, Leo Monteiro.
Caruso conseguiu cavar um escanteio no seu primeiro lance. Logo, se desse o passe no segundo, poderia chutar ao gol do José Luís.
Para melhor exemplificar, a partir daqui vamos simular uma numeração dos botões.
Caruso cavou o escanteio. Pegou o nº 10 para cobrá-lo, após colocar a bola no quarto de círculo de uma maneira tal que a mesma permanecesse a mais de 18,3 cm em relação a seu jogador nº 8. Daria o passe neste e teria chance do chute a gol.
Para sua surpresa, o árbitro disse que o jogador nº 8 do Caruso deveria ser retirado, pois estava a menos de 18,3 cm. Então, o árbitro explicou que, conforme a regra, o jogador nº 8 só poderia permanecer no local caso ele estivesse a mais de 18,3 em relação ao quarto de círculo e não em relação à bola.
Vejam os artigos das regras oficiais que geraram a dúvida (retirados aqueles que não interessam no caso que gerou a dúvida):
Art. 120 – CONCEITO
...
O ESCANTEIO é cobrado colocando-se a bola sobre uma das linhas ou no interior do quarto de círculo existente na junção das linhas laterais com a linha de fundo do lado por onde a bola saiu.
Art. 121 – MODALIDADES
O ESCANTEIO pode ser CEDIDO ou CAVADO.
...
Art. 122 – CONDIÇÕES DE COBRANÇA
Para execução do escanteio deverão ser observadas duas prescrições, a saber:
O jogador encarregado da cobrança poderá estar dentro ou fora de campo, ou ainda tocando suas linhas;
A bola não poderá estar fora dos limites do espaço destinado à cobrança.
Art. 123 – DISTÂNCIA DA BOLA
No Escanteio Cedido, a critério do técnico beneficiado, qualquer jogador que estiver a menos de 183 mm do local da cobrança (quarto de círculo) poderá ser removido (Art. 31).
§ Único: Nos ESCANTEIOS CAVADOS deverão ser removidos, obrigatoriamente, TODOS os jogadores que estiverem a menos de 183 mm do local da cobrança, iniciando-se as remoções pelos jogadores do técnico beneficiado (Art. 31, alínea “f”).
No entendimento do Caruso (e de uma grande maioria dos praticantes da regra de três toques, inclusive eu) o palmômetro deveria ser utilizado em relação à bola; o árbitro interpretou que deveria ser em relação ao quarto de círculo.
Por saber que a nossa regra tende, o máximo possível, a se espelhar nas regras oficiais do Futebol de Campo, fui verificar o que consta da sua edição mais recente (2011/2012 da FIFA) e lá está escrito em sua Regra 17 – Tiro de Canto:
Procedimento
• a bola será colocada no interior do quarto de círculo do poste de bandeirinha de canto mais próximo do local onde ela ultrapassar a linha de meta.
• não deverá ser retirado o poste de bandeirinha de canto.
• os jogadores da equipe adversária deverão permanecer a, no mínimo, 9,15 m de distância do quarto de círculo de canto até que a bola entre em jogo.
• a bola será chutada por um jogador da equipe atacante.
• a bola estará em jogo no momento em que for chutada e se movimentar.
• o executor do tiro não deverá tocar na bola pela segunda vez até que esta tenha tocado em outro jogador.
Depois do que li, pude chegar a duas conclusões:
1ª – o árbitro da partida Caruso x José Luís estava correto, pois a distância dos jogadores deve ser medida a partir do quarto de círculo;
2ª – todos nós, que achamos que a distância do jogador deveria ser em relação à bola, estamos jogando errado.
Precisamos esclarecer essa dúvida antes da próxima competição nacional, o Brasileiro Individual, de 2 a 4 de novembro de 2012, em São José do Rio Preto (SP).
Aproveitando a carona e com base, também, no que determinam as regras do Futebol de Campo, podemos sugerir à Comissão de Regras do Futebol de Mesa que, no escanteio, possa haver um chute a gol.
O maior problema das regras é quando elas deixam brechas para "interpretação". Isso não pode acontecer.
ResponderExcluirO termo "local da cobrança", por exemplo, pode ser interpretado como "a região onde a bola deve ser colocada" (como no caso em questão), "a posição exata da bola" e até mesmo "a posição do jogador que vai ser utilizado" (porque não?).
Então, na minha opinião, a regra deve dizer sempre exatamente o que quer dizer. No caso, se a distância deve ser medida a partir do quarto de círculo, que seja escrito assim. Na cobrança de lateral ou falta, que o texto diga "distância da bola" (nem sei se está assim).
Vale uma revisão geral em busca de outros casos similares.