“E como são importantes os botões nas nossas vidas. Abotoar-se corretamente é o
primeiro ato de independência da criança, só comparável em poder e glória a ir à
privada sozinho.
O botão é a medida mínima da integração numa sociedade produtiva: de uma pessoa
completamente inútil diz-se que não sabe pregar um botão.
E que brasileiro de uma certa idade não teve um caso de amor com seu time de
futebol de botão? O meu era o Botafogo de 48. Ainda lembro a vez em que dedos
profanadores invadiram a concentração do time e no dia seguinte vi,
horrorizado, pregados numa blusa, o Paraguaio, o Geninho e o Nilton Santos.
Mudam a moda, os materiais e as gerações, mas o botão sempre permanece”.
Trecho da crônica “Nossos Botões”, que Luiz Fernando Veríssimo escreveu para a revista
Veja nº 887, de 26 de junho de 1985.
Nenhum comentário:
Postar um comentário