Paulo Sérgio de Santana e Caruso, mais conhecido como Paulo Caruso, nasceu no
dia 13 de março de 1964, em São Paulo (SP).
Na capital paulista teve seu primeiro contato com o futebol de mesa, através de
seu primo Marcelo.
Sua família passou um ano na França e quando retornaram ao Brasil, foram morar
no Rio de Janeiro. No prédio que Caruso passou a residir, havia muitos meninos
que já jogavam botão e sua paixão pelo futebol de mesa só aumentou. Foram
muitos jogos com seus amigos do prédio e com um pessoal que morava numa vila do
outro lado da rua, em mesas “Estrelão” e tendo como bola discos do jogo War.
Quando chegou em Brasília, no ano de 1975, Paulo Sérgio estava com 11 anos e
seus dois irmãos, Luiz Claudio com seis e Paulo Rodrigo, o Digão, com dois.
Paulo não demorou a fazer amizade com outros meninos da rua onde passou a
morar, com destaque para Luiz Henrique e Luiz Alfredo. Logo se juntou a eles o
irmão Luiz Claudio e muitos campeonatos foram realizados.
Mais ou menos um ano depois, seu pai aproveitou uma mesa que estava encostada,
a reformou e a colocou em sua casa. Na mesma época Luiz Henrique também tinha
uma mesa “oficial” em sua casa e, daí em diante, não mais pararam de promover
torneios. Caruso e Luiz Cláudio chegaram a ter, juntos, mais de 50 times.
No dia 24 de novembro de 1979, com um time de acetato do Grêmio, Caruso fez sua
estreia em uma competição oficial da recém-criada Federação Brasiliense de
Futebol de Mesa. Num jogo pelo 1º Torneio Aberto, venceu Gaspar Vianna, da Telestar,
por 1 x 0. No sábado seguinte, venceu José Silvério, também da Telestar, por 1
x 0, e Ildefonso Michiles, por 2 x 0, garantindo o primeiro lugar do grupo e
sua classificação para a fase seguinte. Foram 40 participantes e Caruso chegou
na sétima colocação, após a seguinte campanha: 11 jogos, 5 vitórias, um empate
e 5 derrotas. Marcou 14 gols e sofreu 15.
Logo após seu primeiro contato com a regra dos 3 Toques, achou que os times da
Estrela eram bem competitivos e, inspirado no Estrela Solitária (de José
Ricardo) e no Schalke, de Antônio Carlos, campeão e vice-campeão dessa
competição, tão logo terminou o torneio, deu um jeito de conseguir um time para
ele. Era um time do Santos, branco, da Estrela, que foi adquirido com dinheiro
da mesada.
Logo na sequência, vários botonistas começaram a jogar com times de acrílico
que vieram do Rio de Janeiro, fabricados pelo Juarez. Aquilo encheu os olhos de
Caruso e seu próximo objetivo passou a ser adquirir um time de acrílico. Mas
como conseguir um time daqueles que vinham do Rio de Janeiro? Lembra que o que
mais chamou sua atenção foram as marcas do corte do torno na cava do botão.
Aquilo o deixou fascinado!
Continuou jogando com o seu Santos, de plástico, da Estrela, mas sempre “babando”
de vontade de ter um time de acrílico, pois a diferença de competitividade era
muito grande.
Passado um tempo conheceu os times da Lumiplaca, uma loja de acrílico que ficava
na Asa Norte. Conheceu esses times através da turma do Serrano. Eram times de
acrílico feitos de forma rudimentar, pois, ao invés da cava, a parte de baixo era
um aro de acrílico colado em um disco que era a parte superior do botão. A
bainha era feita manualmente o que deixava o botão com um aspecto irregular. Um
desses times e com certeza o mais famoso foi o Cigarrets, do nosso saudoso
amigo Jan Buarque.
No segundo Torneio Aberto, em 1980, Caruso jogou com um time de acrílico
emprestado pelo Ésio Buarque (tio do Jan e Jean) e teve um bom desempenho
chegando em 11º lugar (entre 52 participantes), com seis vitórias, três empates
e apenas duas derrotas.
Pronto! Tinha experimentado o "doce" e agora um time de acrílico
tinha virado sua obsessão! Naquela época, Caruso jogava bola no Cota Mil e lá encontrou
com outro botonista, Maurício, que era dono da Torneadora Gastone. Foi quando teve
a grande ideia de pedir um time da Lumiplaca feito sem o aro de baixo colado e
sim com uma placa lisa. O time era todo branco feito com duas placas coladas.
Pediu para o Mauricio que cavasse o time e assim finalmente teve o seu primeiro
time "oficial" de acrilico.
O Santos, de Caruso, foi o primeiro time da 3 Toques a ser feito e
"cavado" em Brasília! Mas, ainda faltava um detalhe! Tentando imitar
os times de José Ricardo e Antônio Carlos que vieram do Rio de Janeiro e que tinham
botões de defesa mais baixos e com bainhas mais inclinadas, não teve dúvida:
comprou lixa e começou o processo de rebaixamento e mudança de bainhas! Nascia
ali um futuro fabricante... rsrsrs O Santos estava pronto do jeito que ele
queria!
Com esse time, Caruso foi vice-campeão brasileiro interclubes de 1982, jogando
pela Continental, de Florianópolis-SC, formando dupla com Valter Silva.
No ano seguinte, 1983, chegou ao título de campeão brasileiro interclubes, defendendo
as cores da Associação, de Brasília, juntamente com Jean Buarque Junior.
Em 1987, quando chegou ao segundo título de campeão brasileiro interclubes,
novamente pela Associação, Caruso jogou com um time preto e aro branco, feito
pelo Lorival de Lima, de São Paulo.
Nos outros dois títulos de campeão brasileiro, em 1991 e 1992 (ambos defendendo
o Cota Mil), Caruso voltou a jogar com o Santos branco, porém com um time todo
mesclado. Tinha jogadores de um time que ganhou do Walter Morgado, de 60 mm de
diâmetro. O centroavante, cabeça de área e zagueiros eram de um time que fora de
Antônio Carlos e do time da Lumiplaca original. De vez em quando, Caruso colocava
na mesa seu craque nº 10, Pita, com suas 24 chuteirinhas! Todos esses com 5,5
de diâmetro! Uma mistureba inimaginável nos dias de hoje, onde nos preocupamos
com décimos de gramas na padronização dos times.
Em 2010, num campeonato brasileiro no Grêmio Mineiro pediu emprestado um time do Paulo César, no meio do campeonato, para fazer uma partida. Era um time do Santos, com as caras dos jogadores do time bicampeão mundial. Jogou e se apaixonou pelo time! Alguns meses depois foi presenteado pelo Paulo César com o time que viveu os melhores momentos na 3 Toques! O seu querido Santos! Time com o qual conquistou seu quinto título de campeão brasileiro interclubes, em 2012, de forma invicta, com 13 vitórias e apenas um empate, 47 gols a favor e nove contra, e Coutinho com uma quantidade absurda de gols!
No ano seguinte, 2013, veio o título de campeão individual, após uma grande
final contra Leonardo Stumpf. Foi a sua melhor fase na 3 Toques.
De 1979 a 2023, sem considerar os anos de pandemia, Caruso esteve ausente das
mesas brasilienses no período de 1995 a 1998, e nos anos de 2000, 2002 e 2003.
SALA DE TROFÉUS
Caruso é um dos técnicos mais vitoriosos do futebol de mesa brasiliense e
brasileiro. Ainda que não seja dos mais assíduos, por questões profissionais
viaja muito, tem um senhor “currículo”. Fora as conquistas citadas, foi campeão
de:
02 Taça Brasília (1989 e 2014)
07 Campeonato Brasiliense Interclubes (1983, 1988, 1989, 1990, 1992, 2001 e
2016),
01 Copa Centro-Oeste Individual de 2016
01 Copa dos Campeões, em 2017
01 Copa Planalto de 2017
01 Campeonato Brasiliense de Duplas (com José Ricardo Almeida), em 2016
02 Taça Libertadores da América, em 2017 e 2018
01 Copa do Mundo de 2022 (seu último grande título)
Além disso, venceu oito Challengers.
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