quarta-feira, 5 de abril de 2017

OS GRANDES TIMES DO FUTEBOL DE MESA BRASILIENSE - 3ª parte



Ontem, falamos dos técnicos do futebol de mesa brasiliense que preferiram jogar com seus times do coração. Hoje, vamos falar de uma parte daqueles que optaram por “batizar” suas equipes com apelidos que lembrassem justamente esses times de coração.
Nesse embalo da criatividade, vamos contar um pouco da história dos times que tivemos conhecimento com o passar do tempo.

Como a maioria (nesse caso, quase 40 times) está ligada aos clubes do Rio de Janeiro, hoje falaremos apenas daqueles que homenagearam o futebol carioca.

Se, com o nome Flamengo, poucos jogaram no futebol de mesa brasiliense, o mesmo não se pode afirmar em relação aos nomes dos times que foram criados para homenagear o rubro-negro carioca, um total de 14.

Bola Preta (João Resende)
O saudoso flamenguista João Alvino de Paiva Resende resolveu homenagear o maior e mais tradicional bloco de rua do carnaval carioca, o Cordão do Bola Preta, que até hoje leva mais de um milhão de pessoas todos os anos para as ruas do Rio de Janeiro. O time do Bola Preta era formado por jogadores do Flamengo do início da década de 80, com especial destaque para Tita, o artilheiro, e um detalhe bastante curioso: o goleiro era o Arola!!! E quase todo perguntava ao João: não é Marola? João respondia: não, é Arola! Aí perguntavam de novo: e o que é Arola!!! A censura não permite responder o que era!!!

TJF e Camisa 12 (Ricardo Motta)
Depois que, em 2007, o Flamengo decidiu aposentar a camisa número 12 em homenagem à sua torcida, considerada pela diretoria do clube como o "melhor jogador do time", Ricardo Motta resolveu trocar o nome do seu time, TJF, que era uma homenagem Torcida Jovem do Flamengo, uma das maiores torcidas do rubro-negro carioca, para Camisa 12.
A escalação do Camisa 12 não poderia deixar de ser uma reunião de torcidas do Flamengo. Assim ficou: 1. Charanga Rubro-Negra, 2. Flamigos, 3. Paixão R. N., 4. Falange R. N., 5. Flamante, 6. Flashow, 7. Urubuzada, 8. Flachopp, 9. Flamanguaça, 10. Raça R. N., 11. TJF-Torcida Jovem do Flamengo, 13. Flamor, 15. Urubu Guerreiro e 18. Dragões.

Centenário (Tarcízio Dinoá Junior)
Quando começou a jogar na regra dos três toques, em novembro de 1994, o time do Tarcízio era o Floresta Negra e só virou Centenário em 1995. O nome Centenário foi ideia sua e advém do fato de ter sido fundado a um ano e um dia dos cem anos do Clube de Regatas do Flamengo, seu clube de coração.
A escalação original do Centenário é uma homenagem ao tricampeonato carioca do Flamengo, obtido em 1979: Raul, Toninho, Rondinelli, Manguito e Júnior; Carpegiani, Andrade e Zico; Tita, Cláudio Adão e Júlio César. Por nunca conseguir jogar com um time de futebol de mesa só, passou a disputar os jogos com times que estavam comemorando seus centenários naqueles anos. Isso aconteceu com o Flamengo (1995), o Milan (1999), o Barcelona (1999) e o Ajax (2000) e assim por diante. Uma triste coincidência é que Tarcízio já teve quatorze times do Flamengo e nunca conseguiu um título importante com eles.

Cerefê (Dilson Medeiros)
As iniciais CRF, que faz parte do escudo do Flamengo, faladas no “baianês”, o dialeto baiano, foi o motivo principal para a criação de mais um time baseado no rubro-negro carioca, pelo nosso saudoso amigo Dilson. O time era formado por apelidos de ex-jogadores do Flamengo, tipo Bode Atômico, em homenagem a Dionísio, Galo era o Zico, Júlio César era Uri Gheller e também por jogadores da década de 70, como Onça e Manicera. Dilson marcava poucos gols e homenageava seus jogadores com músicas, tais como “Onça, vá viver a sua vida...” ou “O pequenino Manicera...”.

Dragão Negro (Walter Morgado)
Dragão Negro era o nome de uma facção de torcedores ilustres do Flamengo, como, por exemplo, José Lins do Rego e Ary Barroso, entre outros, que se reuniam diariamente na tradicional Confeitaria Colombo, no centro do Rio de Janeiro. Segundo um de seus integrantes, era uma alusão a um grupo de japoneses (Dragões Negros) que, durante a Segunda Guerra Mundial, eram muito temidos. Participantes e conspiradores da política interna do clube, os Dragões Negros lograram no início dos anos 50 a vitória na eleição para a presidência do Flamengo, levando ao poder um de seus integrantes, Gilberto Cardoso, que reconduziu o time de futebol ao seu segundo tricampeonato carioca (1953/1954/1955), após um interregno de 8 anos sem títulos.
Em toda a sua carreira botonística, nosso saudoso amigo Walter Morgado chegou a ser treinador do Dragão Negro de “A” a “Z”. Não satisfeito, ainda criou a Seledrago, seleção dos melhores de todos os times do Dragão Negro.
Defenderam o primeiro Dragão Negro, o “A”: 1. Luís Borracha, 2. Domingos da Guia, 3. Newton, 4. Biguá, 5. Bria, 6. Jaime, 7. Espanhol, 11. Rodrigues Neto, 12. Duca, 18. Hermes, 35. Volante, 37. Sá, 41. Lero, 42. Durval e 43. Adilson.

Flamante (Ermânio Farias)
A Flamante foi uma torcida organizada do Flamengo, que não está mais presente nos estádios, deixando de freqüentar os estádios no ano de 2004. Foi a terceira torcida organizada do Flamengo, após a Charanga Rubro Negra e a Torcida Jovem.

Mangueira (David Malcher)
Outro que já nos deixou, David Malcher resolveu prestar sua homenagem ao seu time do coração, o Flamengo, ao associar o time com a maior torcida do Brasil com a escola de samba mais popular do País. Nas cores verde e rosa, tinha como destaque entre seus jogadores, o casal Cartola e Dona Zica.

Mengole (Sérgio Motta)
O Mengole Futebol de Mesa teve como “padrinho” o falecido Sérgio Netto, seu grande incentivador. Surgiu com o nome de MENGOL (sugestão do “padrinho”); passados alguns dias e os gols não aparecendo, por motivos óbvios passou a chamar-se MENGOLE. Suas cores básicas são a vermelha e a preta. Sua escalação original, com a qual disputou a primeira partida oficial em 11 de junho de 1981, é a seguinte: 1. Royal Salute, 2. Haig, 3. Chivas Regal, 4. Glenfiddich, 5. Dimple, 6. Logan, 7. Grant’s, 8. J&B, 9. Johnnie Walker, 10. White Horse e 11. Buchanan’s.

Raça (Marcelo Motta)

Assim como seu irmão Ricardo, Marcelo resolveu homenagear a maior torcida organizada do Flamengo, também chamada de Raça Fla ou simplesmente Raça.
Raul, Leandro, Marinho, Mozer e Junior; Andrade, Adílio e Zico; Tita, Nunes e Lico, a escalação do time campeão mundial em 1981, é a mesma do Raça.

Urubu (Wellington Cristiano) 
O primeiro mascote do Flamengo foi o marinheiro Popeye, personagem de quadrinhos na década de 40, e posteriormente de desenhos animados. Na década de 60, as torcidas rivais, como forma de provocação, chamavam os torcedores do Flamengo de "urubus". Logicamente, os torcedores rubro-negros se sentiam ofendidos, afinal, era uma forma de ridicularizar uma torcida popular, formada em sua maioria por afrodescendentes e pessoas de baixa renda. A irreverência dos flamenuistas fez com que, no final dessa mesma década, após soltarem um urubu num clássico, o novo mascote passasse a ser essa ave, sacramentado depois pelo cartunista rubro-negro Henfil.

O Flamengo também já esteve presente às mesas do DF, através do aumentativo “Mengão”, de Paulo Souza e Thiago Brum, ou de suas cores, com o time do Gilson Mendes, o Rubro Negro. Juntamente com o Urubu, seus jogadores eram aqueles no momento em que estavam atuando.

Em segundo lugar, com nove nomes, está o Botafogo. O alvinegro carioca foi homenageado com os seguintes times:

Através de suas cores, com o Alvi Negro, de Gilberto Moura e Antônio Do Rosário.

Biriba (Flávio Cardoso)
No final dos anos 40, o supersticioso presidente do Botafogo, Carlito Rocha, transformou o cachorro Biriba, que pertencia ao zagueiro Macaé, em mascote do clube. Em partida contra o Madureira, válida pelo Campeonato Carioca de 1948, o vira-lata invadiu o gramado no momento da comemoração de um gol alvinegro. A partir de então, Carlito Rocha passou a levar o animal em todas as partidas do clube, acreditando que trazia sorte. Em certa ocasião, a diretoria do Vasco da Gama tentou barrar a entrada de Biriba em São Januário, mas Carlito Rocha colocou o cachorro debaixo do braço e desafiou os rivais, permitindo a entrada do animal. Com a presença de Biriba, em 19 jogos, o Botafogo venceu 17 partidas e empatou duas, sagrando-se campeão estadual daquele ano. O simpático mascote botafoguense morreu em 1958.
O time de Flávio Cardoso era formado por jogadores botafoguenses de 1948.

Bota Junior (Paulo Airton Junior)
Um dos mais jovens botafoguenses a defender as cores do seu time de coração é Paulo Airton Brandão Junior, mais conhecido por Junior. Para seu time escolheu um nome que juntasse as quatro primeiras letras do Botafogo com o nome que é mais cohecido no futebol de mesa brasiliense.

Estrela Solitária (José Ricardo Almeida), 
Como botafoguense que é e em homenagem ao seu amigo e “padrinho botonístico”, também torcedor do Botafogo, Hélio Nogueira, o time de José Ricardo se chama Estrela Solitária, símbolo maior do alvinegro carioca. Quando o pessoal de Brasília foi ao primeiro Brasileiro Individual, em 1980, no Rio de Janeiro, José Ricardo e seus dois irmãos, André e Antônio Carlos, ficaram hospedados na casa do Hélio. Foi com o Hélio que José Ricardo começou a aprender a regra em seus mínimos detalhes. O nome do time é sua singela homenagem ao amigo Hélio Nogueira. Os jogadores, tal como o “original”, são nomes de estrelas. No caso do José Ricardo, algumas foram substituídas por outras estrelas, seus netos, em número de quatro, por enquanto!!!
A escalação original do Estrela Solitária de Brasília era 1. Antares, 4. Castor, 2. Altair, 3. Polaris e 6. Procyon; 5. Aldebaran, 8. Bellatrix e 10. Vega; 7. Rigel, 9. Algol e 11. Pollux. SUDERJ informa: sai 4. Castor entra 14. Rafinha (em homenagem a Rafaela, uma das netas), sai 2. Altair e entra 28. MC (em homenagem a Maria Clara, outra neta); sai 8. Bellatrix e entra 13. Marcelinho (o neto mais velho) e sai 9. Algol e entra 29. Miguel. Detalhe: a numeração das novas camisas referem-se aos dias em que nasceram.

Fogão (Washington Pires)
Tendo iniciado no futebol de mesa em Juiz de Fora, passando por Belo Horizonte e se encontrando atualmente em Brasília, Washington Pires demonstrou todo o seu amor ao alvinegro carioca ao escalar o seguinte time: Fúria Alvinegra, Nilton Santos, Gonçalves, Mauro Galvão e Marinho Chagas; Alemão, Gerson e Mendonça; Jairzinho, Túlio Maravilha e Garrincha. Na reserva: Zagallo, Sérgio Manoel, Donizete, Paulo César Caju e Pires (ele mesmo!).

Selefogo (Guairacá Nunes)
Guairacá Nunes foi, talvez, o melhor jogador do futebol de salão de Brasília. Nas mesas, botafoguense que é, resolveu homenagear seu clube de coração com uma seleção dos melhores jogadores que já passaram pelo Botafogo, até o início dos anos 80, quando, por questões profissionais e familiares, transferiu-se de Brasília.

Outras expressões também homenagearam o Botafogo nas mesas brasilienses, tais como Chama Alvi-Negra, de José Roberto Terra, Estrela, de Wellington, Fogão, de José Moraes, e Fogo, de Ricardo Rony.

O Fluminense vem a seguir, com oito nomes, a saber:

Tricolor e Cartola (Inimá Junior)
Inimá José Valente Junior, o Junior, resolveu prestar homenagem ao seu clube de coração desde que começou a atuar nas mesas brasilienses, em 2002 (está afastado no momento). Já foi Tricolor e passou para Cartola. 
Quem sabe, quando resolver voltar, crie um novo nome para homenagear o Fluminense.

Máquina (Sérgio Gusmão, o Deco) e Máquina Tricolor (Walmir Martins, o Wawá)

O grande time do Fluminense formado por Francisco Horta, que se sagrou bicampeão carioca em 1975 e 1976, serviu de base para que esses dois técnicos dessem aos seus times o nome de Máquina, em homenagem a “máquina de jogar bola”, assim aclamada por muitos nesse período e integrada por grandes jogadores, tais como Carlos Alberto Torres, Edinho, Carlos Alberto Pintinho, Gil, Doval, Rivelino, Dirceu e Paulo César Caju.

Muitas outras expressões homenagearam o Fluminense. Desde Força Flu, de Nilton Lopes, passando pelo Tricolor, de Francisco Vidal e Gilvan Pádua, até os times dos irmãos Marcelo Lima (Pó de Arroz) e Cristiano Vieira (União Tricolor), até mais recentemente, com a Garra Tricolor, de Leonardo Brandão.

O Vasco da Gama foi o último entre os quatro grandes clubes do futebol carioca, com sete nomes, a saber:

Cruz de Malta (Cícero Barros e Paulo Márcio)
Ambos nascidos no Rio de Janeiro e ambos torcedores do Vasco da Gama. Quando Cícero Barros chegou para inscrever seu time no 1º Torneio Aberto de Brasília, em 1979, já tinha um Vasco da Gama, do veterano técnico Vasco Duarte, vascaíno como ele. Aceitou a sugestão de alguém na época e passou a jogar com o time do Cruz de Malta. Tinha até um “grito de guerra”: “Cruz de Malta é Vasco, o resto é fiasco”.
Quando Paulo Márcio começou a jogar a regra três toques em Brasília, em 1998, Cícero não mais jogava. Então, resolveu homenagear seu time do coração, passando a usar as mesmas cores do Vasco da Gama e o principal símbolo do clube de São Januário, a Cruz de Malta (na verdade, a Cruz de Cristo). Já os jogadores, Paulo Márcio nunca teve uma escalação fixa para o time, sempre sendo jogadores do seu Vasco da Gama. Nunca foi ligado em jogadores de futebol porque eles mudam de clube como se troca de roupa, então porque se ligar a eles?

Gigante da Colina (Eduardo Farneze)
Desde 2013 nosso amigo vascaíno Eduardo Farneze defende as cores do Gigante da Colina, apelido até hoje usado para definir o Vasco da Gama. Surgiu devido ao estádio de São Januário estar localizado numa região topograficamente elevada. Todavia, há quem conteste que São Januário fique numa colina, preferindo atribuir a denominação a um equívoco geográfico, pois existia um Morro de São Januário (já demolido), mas que ficava no centro da cidade, bem longe, portanto, da Rua São Januário, a principal via de acesso ao estádio. A escalação do Gigante da Colina tem os seguintes jogadores: 1. Acácio, 2, Paulo Roberto, 3. Odvan, 4. Mauro Galvão, 5. Dunga, 6. Mazinho, 7. Edmundo, 8. Juninho Pernambucano, 9. Bebeto, 10. Roberto Dinamite e 11. Romário. Reservas: 12. Emerson Leão, 13. Cocada, 14. Marco Antônio, 15. Bismarck e 16. Sorato.

Machão da Gama (Dênis Roque Moreira)
O Machão da Gama era formado por 1. Mazzaropi, 2. Rosemiro, 3. James (seu irmão), 4. Edinho e 6. Galdêncio; 5. Magno, 8. Joel e 10. Dênis (o craque e dono do time!!!); 7. Joãozinho, 9. JoséMaria e 11. Marco.
Com exceção dos dois primeiros, que atuaram pelo Vasco da Gama, os demais são amigos de Dênis do tempo em que jogava futebol de mesa em Sobradinho.

Almirante (Ricardo Sant'anna)
Na década de 1940, o caricaturista argentino Lorenzo Molas, que trabalhava para o Jornal dos Sports, foi encarregado de criar mascotes dos clubes cariocas. Molas, que por sinal era torcedor vascaíno, desenhou um almirante português para simbolizar o Vasco da Gama. Assim, o Vasco da Gama passou também a ser chamado de Almirante, denominação que era muito popular nos anos 50.
No futebol de mesa brasiliense, Ricardo Sant’Anna resolveu adotar o nome de Almirante para seu time, integrado na época (1983) por jogadores do Vasco da Gama.

Outros nomes para homenagear o Vasco da Gama nas mesas brasilienses foram Colina, de Marco Oliveira, Cruzmaltino, de Paulo Coelho, e Expresso da Vitória, de Marcelo Martins de Carvalho, técnico do Serrano, de Sobradinho.

Amanhã contaremos um pequeno histórico dos times de outros Estados.



Um comentário:

  1. Meu nome saiu errado. na parte dos times do Fluminense é Marcelo Lima (não tenho Vieira como o meu irmão Crhistiano).

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