segunda-feira, 17 de abril de 2023

RIR AINDA É O MELHOR REMÉDIO: o golpe do hipertenso!


Por uma questão de privacidade e para não correr o risco de colocar a “fonte” em situação constrangedora, não citarei nomes. A partir de agora, a “fonte” passa a ser conhecido como Vinte e Três (23 x 17), pois essa era, segundo seu relato, a pressão que ele estava durante os jogos da primeira fase de um torneio realizado no dia 3 de abril de 2012.
Após o sorteio, Vinte e Três caiu num grupo dificílimo, com dois técnicos de primeira grandeza, que, doravante, passam a ser chamados de Doze (12 x 8) e Onze (11 x 7), ou seja, estavam com suas pressões normais.
Na primeira rodada, Doze venceu Onze por 1 x 0.
Na segunda, a tabela determinava que Vinte e Três enfrentasse Doze. Foi aí que Vinte e Três chegou perto de Doze e falou: “Estou passando muito mal, não estou conseguindo enxergar direito, vendo tudo nublado, estou sentindo uma pequena paralisia e um formigamento no braço esquerdo e está parecendo que minha boca está meio torta”. Doze, bastante preocupado com o estado de saúde de Vinte e Três, tentou acalmá-lo, dizendo: “Quer ir ao banheiro, jogar uma água no rosto, dar uma respirada, beber alguma coisa e depois voltar para nosso jogo?”. Vinte e Três disse que não e, achando que perderia o jogo, falou que dava para continuar devagar no jogo, levando na “maciota”, esperando pelo final do primeiro tempo. Neste período, Doze, muito preocupado com o estado de seu adversário, mas precisando pelo menos empatar, pois estava num grupo com três técnicos e se classificavam os dois primeiros colocados para a próxima fase, maneirou, pegou leve e fez dois gols.
No intervalo, Vinte Três disse que ia até o banheiro, mas que não estava se aguentando em pé. Doze até se dispôs a chamar um médico para atendê-lo. Vinte e Três insistiu dizendo que não precisava!
Ainda passando muito mal, segundo sua “avaliação médica”, retornou para o segundo tempo. Doze achou que não haveria reação por parte de Vinte e Três e tentou passar o tempo com o placar de 2 x 0 a seu favor. Foi aí que baixou o espírito de Chaves em Vinte e Três: “não contavas com a minha astúcia”. Em pouco mais da metade do segundo tempo, Vinte e Três fez o primeiro gol e, o golpe fatal, próximo do fim, conseguiu a proeza de empatar o jogo: 2 x 2, para a surpresa do incrédulo Doze e para a indisfarçada alegria de Vinte e Três, que assim viu funcionar toda a sua “tática de se fingir de morto”!
No segundo jogo, mal Onze chegou próximo à mesa, Vinte e Três começou com a mesma ladainha: que estava passando muito mal, sem enxergar direito, mal conseguia pegar na palheta, que estava precisando se escorar na pilastra para ficar de pé...
Com a mesma compaixão de Doze, Onze logo fez 1 x 0, também pensando na classificação para a outra fase. Cometeu o mesmo erro, pensando da mesma forma que Doze: vou controlando o resto do jogo e fica nesse 1 x 0 mesmo. Afinal de contas, o adversário não tem a menor condição física de reagir no jogo!
Termina o 1º tempo 1 x 0 a favor de Onze. Novamente, Vinte e Três vai ao banheiro (o que será que tem de milagroso nesse banheiro?) e, ao retornar, diante de mais um Onze estupefato, vira o jogo para 2 x 1. Quando deu por si, Onze se viu na seguinte situação: o quase moribundo Vinte e Três já estava classificado e ele de fora da segunda fase do torneio. Além disso, a “estratégia” de Vinte e Três foi tão bem utilizada que ainda lhe garantiu o primeiro lugar no grupo.
Depois desse relato, permaneceu uma dúvida entre aqueles que conheceram essa passagem: qual seria o prêmio por tamanha representação teatral? O troféu “Óleo de Peroba”, ou um “Globo de Ouro” ou até mesmo um “Oscar”!
Fiquem sabendo que isso foi contado de uma maneira tal que Vinte e Três ainda teve a cara de pau de dizer que não fez aquilo de propósito!


Nenhum comentário:

Postar um comentário