segunda-feira, 12 de março de 2012

MEU TIME DE BOTÃO: Vidigal


Como já disse aqui, meu primeiro contato com a regra dos três toques aconteceu numa visita que eu e meu compadre Carlos Gilberto Barbosa (Cagiba) fizemos à casa de José Ricardo Almeida.
Ao saber que havíamos feito inscrição para o IV Torneio Aberto de Futebol de Mesa de Brasília, José Ricardo explicou-nos que deveríamos criar o nome dos nossos times para participar de tal competição. Depois de alguns dias pensando, optei por VIDIGAL, quando teria a oportunidade de matar as saudades do futebol de botão e dos eternos amigos de infância do meu pedaço de mundo: o morro do Vidigal.
Dias depois, descobri, através de nosso amigo Roberval de Paula, que havia uma fábrica em Taguatinga, a Stiloplast, e mandei fazer meu time, mantendo as cores verde, branca e preta do Vidigal Futebol Clube (time onde joguei pelada no Rio de Janeiro), o símbolo e depois de muito estudo, escolhi o nome dos jogadores pela importância de cada um no meu passado. São eles:

1 – PIRIQUITO – O melhor goleiro com o qual tive oportunidade de trabalhar. Não foi jogador profissional por conta da ignorância do pai, achava que ele tinha que trabalhar. Morreu assassinato por um colega depois de se envolver em trabalhos escusos.

2 – CESAR – Meu grande parceiro de futebol e farra. Chegamos a ser cunhados, pois namorei sua irmã Maria Helena. Construímos muita coisa juntos, até futebol de salão na rua asfaltada com paralelepípedos.

3 – BETO – Parceiro no futebol e na praia. Apesar de seu pai, o velho Diniz ser da classe alta, ele e seus irmãos: Zé e Zeca, jamais nos trataram com diferença. Era o Beckenbauer do nosso tempo. Não dava um chutão e como poucos, era excelente nas bolas áreas.

4 – MIRIM – Baiano, torneiro mecânico, bom de bola e viril nas jogadas, mas nunca desleal. Fomos vizinhos e confidentes em nossas andanças nos bailes da vida.

5- POLOCA – Apesar de jogar por menos tempo na posição que era do Ari Gambá. Conquistou vaga em nosso grupo porque, depois que saiu do Unidos foi fiel, ao passo que Gambá foi jogar no Águia achando que lá ia ter mais projeção. Apesar de tudo, no próximo time que confeccionar vou colocá-lo.

6 – JACI – Jogava muito! E, se não bastasse era um exímio nadador e gozador.

7 – GERALDO – Fazia como poucos a função de voltar para auxiliar a defesa. Fazia poucos gols, mas era importante dentro do grupo. Da última vez que encontrei, foi em um verão carioca e ele me levou até o Vidigal em seu taxi.

8 – DINGO – Muito elegante dentro do campo. O nosso Falcão. Meu companheiraço de botão! Fez o gesto mais bonito e mais importante quando saiu para dar a vaga ao Paulada naquela vitória de 3 x 2 sobre o Águia.

9 – TAEL – Como seu cunhado Piriquito, pois ele foi casado com a Vera, também foi assassinato em uma rixa no bairro. Jogou conosco nas conquistas mais importantes dos torneios de bairros fazendo gols decisivos. No final, terminou jogando de zagueiro.

10 – PAULADA – Só teve um adversário que consegui marcá-lo: a cachaça. Somente ela parou o seu talento. Foi considerado um dos melhores atacantes de Futebol de Praia jogando pela equipe do Dinamo, time da Rua Constante Ramos, em Copacabana, Rio de janeiro, dirigido pelo já falecido comediante “Tião Macalé”, Tchan!

11 – LILICO – Dispensa comentários. Para não ficar sem jogar, pois era o eterno reserva do Piriquito, joguei várias vezes na ponta esquerda e estou aí eternizado no Vidigal.

O primeiro jogo da vida do Vidigal Futebol de Mesa aconteceu no dia 27 de março de 1982, na UDF, no IV Torneio Aberto. O Vidigal venceu o Derrota Certa (Voltaire Gomes), por 1 x 0, gol de César, o nº 2.



Um comentário:

  1. Esse relato chega a emocionar. A homenagem ao local em que nasceu e viveu e aos seus amigos. Faz lembrar os tempos de nossa juventude, pois cada um de nós teve momentos assim. Lembro ainda de meus amigos de futebol e você me deu uma idéia maravilhosa. Vou eternizá-los, pois do meu time Corinthians Caxiense, a metade já partiu para o plano espiritual.
    Obrigado Lilico.

    ResponderExcluir