sábado, 23 de junho de 2012

PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DE FLORES



Essa matéria foi escrita por Álvaro Sampaio Filho e publicada no K ENTRE NÓS nº 26, de maio de 1983.
Por achar que o ambiente que temos hoje se deve, em grande parte, à “broncas” como essa, é que resolvemos disponibilizar aqui no TOQUE DE CLASSE.

"Presentemente o ambiente botonístico em Brasília anda carregado de eletricidade negativa. São clubes divididos, agressões mútuas através de jornais, gozações que atingem moralmente os amigos, atos e atitudes de flagrante desrespeito aos árbitros e adversários, discussões estéreis que não levam a nada, antes só prejudicam ambos os litigantes, mau comportamento e má postura de alguns, inconformismo com a derrota de outros, máscara de outros ainda, enfim, uma série de atos e fatos que atestam quão pesadas estão as nuvens que pairam sobre o nosso movimento em Brasília.
E porque? Qual seria a razão, o motivo de tudo isso? Será que não somos nós mesmos os culpados? Afinal, somos nós os componentes desse ambiente.
Eu os convido a fazer, todos e cada um de per-si, uma rápida análise – rápida, porém fria e sincera - sobre as nossas atitudes.
Será que não estamos sendo muito orgulhosos?
Será que o bicampeonato brasileiro conquistado em Juiz de Fora não nos subiu à cabeça?
Estamos sabendo aceitar as derrotas e, mais importante, estamos sabendo reconhecer o valor do nosso adversário?
E o controle dos nervos, como está? Por acaso não estamos levando para o ambiente problemas particulares? Será que não estamos indo para as mesas armados de espírito, com atitudes e resoluções pré-concebidas?
E exatamente por causa dessa pré-concepção não desculpamos nada, não perdoamos nada, vemos tudo (às vezes até demais), a tudo estamos atentos e usamos até recursos extra-mesa para ganhar os pontos?
E às vezes, só porque o árbitro não viu a falta que fizemos, usamos dessa falha para sermos desonestos e levar vantagem no lance?
Se as respostas forem positivas, com exceção da terceira, então estamos mal. Continuando a agir dessa maneira não há perspectiva de mudança, de melhoria para o atual estado de coisas.
Que tal uma transformação radical, uma guinada de 180º nas nossas atitudes?
Se cada um tomar isso como meta, em pouco tempo colheremos os resultados.
Já disse o poeta que “FICA SEMPRE UM POUCO DE PERFUME NAS MÃOS QUE OFERECEM ROSAS”.
E podemos ter a certeza de que o inverso também é verdadeiro".

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